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Contabilidade eleitoral: uma oportunidade pouco explorada

Um nicho de mercado promissor foi apresentado, nesta quinta-feira (21), ao público da XXXIV Conferência Interamericana de Contabilidade (CIC) e da XVIII Convenção de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CCRS): a contabilidade eleitoral. Os eventos acontecem de forma híbrida e reúnem mais de 1700 participantes na modalidade on-line e mais de 700 pessoas na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre (RS).


A partir do painel intitulado “Contabilidade Eleitoral – O Novo Oceano Azul?”, o coordenador da Comissão de Contabilidade Eleitoral do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Haroldo Santos Filho, e o membro da Comissão Eleitoral do CFC, contador Guilherme Sturm, destacaram as grandes oportunidades que esse ramo da contabilidade pode trazer aos profissionais. Os painelistas também ressaltaram alguns números para ilustrar as oportunidades dessa área.


Sturm falou sobre a quantidade de candidatos que envolvem as eleições brasileiras e o montante de dinheiro que financia uma eleição. “Comparando duas eleições de igual natureza, a eleição que nós temos como referência para o ano que vem é a eleição de 2018. Em 2018, nós tivemos, mais ou menos, 26, 27 mil candidatos e um investimento público nas campanhas, só em Fundo Especial, foi o primeiro ano, foi o nascimento do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o FEFC, de mais ou menos 1,7 bilhões”, explicou. Segundo o painelista, para 2022, é esperado um número parecido ou um pouco menor de candidaturas. Contudo, o financiamento, via FEFC, será de, no mínimo, 4,5 bilhões de reais.


Diante desses números, Santos Filho e Sturm lembraram o público que todo esse montante, necessariamente, precisa passar pelo cuidado, pela gestão, dos contadores. “Na eleição geral passada, não vimos mais que 800 contadores trabalhando. Então, este mercado, abre aspas, está na mão dessa turma, de uma turma muito pequena”, disse Sturm para ressaltar a pequena parcela de profissionais que atuam nesse mercado, que envolve muitos clientes e grande movimentação de capital. Vale ressaltar que, desde 2012, a presença do contador é obrigatória no processo eleitoral.


Santos Filho também destacou que, atualmente, alguns candidatos contratam contadores por um período de tempo maior do que aquele que compreende o processo eleitoral. “Nós temos candidatos que pedem ajuda hoje, para vocês verem o que é mudança de cultura, que querem que o contador, pela sua capacidade, pela sua expertise, pela sua vocação, acompanhe o partido ou o candidato muito antes até do início do processo eleitoral”, relatou.


O vice-presidente de Política Institucional do CFC, Joaquim de Alencar Bezerra Filho, foi o moderador do painel e contou a história de desenvolvimento e de aprovação dos normativas que envolvem os contadores e o processo eleitoral, na qual o CFC trabalhou ativamente durante anos. O contador também explicou como era o gerenciamento das contas das eleições antes da criação dessas normas. “Quando as prestações de contas eleitorais surgiram no país, com a dinâmica da Justiça Eleitoral, podiam ser feitas e exercidas por qualquer cidadão. Não havia uma obrigatoriedade de ser feita por um profissional da contabilidade e aquilo nos incomodava muito”, lembrou. Após alguns anos de diálogo e da demonstração da essencialidade do contador dentro desse processo, a presença desse profissional tornou-se obrigatória. Dentro desse processo de negociação, segundo Joaquim Bezerra, o CFC, inclusive comprometeu-se a capacitar a classe para a realização dessa atividade.


Esses treinamentos acontecem até hoje. Somente ano passado, foram mais de 30 eventos sobre o assunto. “Nós treinamos 3 mil pessoas diretamente, em todos os estados, e 30 mil pessoas, indiretamente, por meio da participação nos seminários”, informou Santos Filho sobre o alcance dos treinamentos em 2020.


Matéria publicada originalmente no site do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul.

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